Por Luana da Fonte
O mercado de ovos orgânicos no Brasil e no mundo está em um momento de expansão, impulsionado pela crescente conscientização dos consumidores em relação à saúde e bem-estar animal. Em 2020, o setor movimentou impressionantes US$3,4 bilhões e as projeções indicam que esse número deve triplicar até 2030, alcançando US$11,2 bilhões, segundo estimativas da Allied Market Research.
De acordo com Marcus Menoita, CEO da Raiar Orgânicos e associado do Instituto Ovos Brasil, o aumento no consumo está diretamente ligado à busca por uma dieta mais saudável e nutritiva, “o crescimento no consumo de ovos orgânicos tem sido impulsionado, principalmente, pela associação a uma dieta saudável e altamente nutritiva. Ou seja, a preocupação com a saúde ganhou peso no momento de escolha do consumidor, e não apenas sob o ponto de vista de calorias, mas de nutrição”.
Ao contrário os ovos convencionais, que provêm de galinhas criadas em condições de confinamento e alimentadas com ração composta por grãos transgênicos, os ovos orgânicos são provenientes de aves alimentadas com ração exclusivamente vegetal e orgânica, sem a utilização de antibióticos e hormônios. Essas galinhas vivem em condições mais naturais, com livre acesso a áreas externas, o que garante um manejo mais sustentável e saudável.
De acordo com o Centro de Inteligência em Orgânicos, a produção de ovos orgânicos no Brasil ainda representa apenas 0,3% do consumo total de ovos, mas o mercado tem mostrado sinais de evolução, com destaque para a crescente procura dos consumidores mais informados, que priorizam produtos sustentáveis e de qualidade. André Carvalho, diretor de marketing e inovação da Mantiqueira Brasil, também associada do Instituto Ovos Brasil, observa esse movimento. “Esse público, cada vez mais informado, busca produtos que alinhem qualidade, sustentabilidade e práticas responsáveis de produção.”, comenta Carvalho.
Porém o crescimento do consumo de ovos orgânicos não está isento de desafios, O aumento da demanda também impacta diretamente a cadeia produtiva, exigindo maior investimento em infraestrutura e na produção de insumos como milho e soja orgânicos, que são mais caros do que os convencionais. “Essas mudanças exigem investimentos em infraestrutura, manejo animal e certificações, elevando os padrões de qualidade da produção”, afirma Carvalho.
Embora o consumo de ovos orgânicos ainda seja uma pequena fração dentro do consumo nacional, a tendência de crescimento é clara. Com a evolução do comportamento do consumidor e a adaptação dos produtores, os ovos orgânicos têm tudo para conquistar mais espaço nas prateleiras e nas mesas dos brasileiros nos próximos anos.
Supervisionado por Virgínia Alves.
Fonte: Rede Globo / EPTV
Foto: Pixabay