Por Fernando Salles – 24/03/2020
Quase metade dos brasileiros demonstra intenção de elevar compra de alimentos saudáveis, nutritivos e/ou frescos
A Kantar está monitorando os impactos da Covid-19 no setor de consumo do Brasil e do mundo para entender as escolhas do consumidor neste momento de tantas incertezas. Uma das análises mostra o comportamento dos shoppers na China, onde a pandemia já passou por diferentes estágios que o Brasil também enfrentará.
No mercado chinês, houve crescimento nos segmentos de limpeza e higiene, sobretudo em razão de novos hábitos de proteção à saúde. Um exemplo é a categoria de desinfetantes, cujo avanço foi de três dígitos. A procura por alimentos, claro, também cresceu, e isso não vale somente em relação àqueles mais usados no preparo de refeições. Com forte apelo à indulgência e à possibilidade de matar a fome rapidamente, os snacks também foram alvo de forte avanço na procura.
Cenário no Brasil
Na avaliação da Kantar, o cenário mostra que alimentos e bebidas tendem a se beneficiar do momento atual de consumo, assim como os produtos de limpeza. A tendência, obviamente, é de queda na frequência de visitas aos pontos de venda e de maior utilização do e-commerce, que até o momento anterior à pandemia não registrava grande representatividade no Brasil nas cestas de produtos mais impactadas.
Uma pesquisa especial da Kantar mostra que, para os brasileiros, a saúde dos filhos e das crianças da família é a maior preocupação neste momento, citada por 21% dos entrevistados. A saúde dos mais velhos aparece na sequência (17%), enquanto as condições de saúde das pessoas de um modo geral, independentemente da faixa etária, é o principal ponto para 16% dos respondentes.
Nas definições de compra, um dos impactos mostra que 27% consideram comprar mais alimentos saudáveis e nutritivos, enquanto 21% têm intenção de adquirir mais produtos frescos, mesmo índice daqueles com disposição para elevar as compras de itens de limpeza. Estocar alimentos básicos, a exemplo de arroz e feijão, é o intuito de 20% dos brasileiros, mesmo índice de pessoas que relevam intenção de adquirir mais remédios, como os destinados a tratar sintomas de gripes e resfriados.
Fonte: S/A Varejo